A Fauna

Fauna Terrestre

O Arquipélago da Madeira pertence ao grupo de ilhas oceânicas com um dos maiores legados históricos a nível natural. Por exemplo, o Pombo Trocaz é a ave terrestre mais emblemática da Floresta Laurissilva (considerada Património Mundial da Humanidade pela UNESCO em 1999), constituindo um dos exemplos mais antigos da avifauna Macaronésica.
Os insectos, por sua vez, representam o taxon mais importante para a fauna madeirense, já que representam cerca de 75% de todas as espécies animais conhecidas para o Arquipélago. Estima-se ainda que cerca de 20% desses insectos sejam endémicos da ilha da Madeira. Analogamente, o Arquipélago da Madeira pertence ao grupo de ilhas oceânicas com maior diversidade de moluscos terrestres por unidade de área, possuindo 291 espécies distribuídas por 31 famílias e 84 géneros. Por exemplo, nas ilhas Desertas ocorrem subespécies de moluscos terrestres de extrema importância a nível científico, fruto da anterior ligação à ilha da Madeira e posterior isolamento que terá permitido a divergência de espécies.

 

Fauna Costeira

De acordo com a sua localização, estrutura física, profundidade e outras características, a zona costeira é geralmente dividida em várias subunidades mais ou menos homogéneas. Na ilha da Madeira podemos identificar quatro zonas: a zona supralitoral, a zona médiolitoral, a zona infralitoral e a zona circalitoral.

A zona supralitoral faz a transição entre o domínio terrestre e o mar, as comunidades bióticas são geralmente pobres. Para além de alguns visitantes ocasionais de origem terrestre como a lagartixa, alguns insectos e aves, os povoamentos mais característicos desta zona são constituídos pelas litorinas e o crustáceo isópode.

O médiolitoral é uma zona de grande hidrodinamismo e variabilidade dos parâmetros abióticos o que proporciona a existência de múltiplos microambientes e consequentemente a ocorrência de uma significativa variabilidade biológica.

A zona infralitora caracteriza-se por uma maior estabilidade das condições gerais do meio uma vez que se encontra permanentemente submerso. Na ilha da Madeira esta zona está subdividida de acordo com a natureza dos fundos em substratos duros e substratos móveis. O substrato duro da zona infralitoral é onde se observa maior biodiversidade e onde se encontram as espécies mais conhecidas e divulgadas pelo mergulho amador e aqui descritas através de fichas de espécie. À medida que a profundidade aumenta, diminui a entrada de luz e a presença das algas fotófilas, as quais praticamente deixam de existir a partir dos 15m. O substrato móvel, constituído por sedimentos, é mais comum a partir dos 15m de profundidade, onde é comum encontrar extensas colónias de Enguias de Jardim , bem como Raias e Ratões.

 

 

Fauna Marinha

A fauna marinha da Madeira apresenta afinidades principalmente europeias e mediterrânicas, sobretudo ao nível dos peixes e crustáceos do litoral. Apesar disso, por se encontrar entre o limite sul da frente dos Açores, no limite oeste da corrente das Canárias e devido ao seu isolamento geográfico, este arquipélago apresenta algumas espécies únicas em todo o mundo.

Neste portal, a fauna apresentada foi agrupada como costeira (espécies que ocorrem junto à costa, no chamado domínio costeiro) ou oceânica (fauna que se encontra em alto mar e em grandes profundidades).

Nos ecossistemas costeiros vamos encontrar grande biodiversidade de espécies. Devido à maior riqueza das águas e à sua menor profundidade, nesta zona desenvolvem-se actividades de cariz lúdico como a caça submarina e o mergulho, que convivem com a pesca artesanal e desportiva.

Já os ecossistemas oceânicos e profundos, que se definem-se normalmente a partir de 1,5 km da costa, são zonas de menor bidiversidade. Aqui têm lugar essencialmente a pesca comercial e actividades de turismo como a pesca grossa, a observação de cetáceos e a observação de aves.